Wednesday, July 19, 2006

X-Woman

Findadas as obrigações relacionadas com os exames(não estou a falar dos exames à prostata que o Cláudio Ramos adora fazer) aproveitei a altura para ir ver um filme tipicamente para gajos...os X-Men- Batalha Final! Fui ao mui "upper class" El Corte Inglês na sessão das 16h40 e numa sala com capacidade para 300 pessoas estavam lá 5 pessoas e nenhuma delas era gajo...o que contrariou logo à partida a teoria que era um filme para gajos.

.1 camone com a tez tão clara que creio que adicionou um novo "branco" à palete dos brancos
.2 pitas betas que se entretinham mais com as pastilhas elásticas do que com o filme
.1 puto beto com um corte de cabelo "à foda-se" (nova versão das palas dos piratas)
.1 tia de cascais com mais pele repuxada que o couro de um jambé

Findado o filme comecei a pensar se nas sociedades actuais não existirão mesmo seres humanos com genes mutantes com capacidade para potencializarem um super poder específico.

.O Wolverine tem os ossos feitos de Adamantium e Auto-Regenera-se em menos de nada.
.A Storm consegue controlar o tempo e é gira como o caraças.
.O Xavier tem super poderes telepáticos
.A Mystique consegue transformar-se em quem ela quiser e por isso é a namorada perfeita porque a relação nunca cai na monotonia..um dia estamos na cowboyada com a Mystique, no outro com a Scarlett Johansson, no outro com a Cameron Diaz...paródia todo os dias...

No final da sessão comecei a olhar para as pessoas em meu redor, e numa paranoia doentia questionei-me se no meio das centenas de pessoas que se cruzaram comigo até chegar a casa não haveriam mutantes com super poderes...e se eu tinha amigos mutantes?e se haviam mutantes no governo?Descobri que todos os mutantes da nossa praça são na verdade mulheres!!Descobri a verdade e vou partilhar convosco algumas das minhas descobertas:

.Minha namorada: Super Poder de me atirar à cara que o dinheiro que gastei no lugar cativo no estádio da luz foi mal-empregue! www.slbenfica.pt

.Minha amiga "Margarida": Super Poder de fazer crescer marfim nas cabeças dos namorados!http://www.detectivemariocosta.com/infidelidades/infidelidades.htm

.Margarida Rebelo Pinto: Super Poder de escrever livros desinteressantes e títulos verdadeiramente absurdos! http://margaridarebelopinto.com.sapo.pt/

.Ana Malhoa: Super Poder de ser pirosa e suscitar o vómito a quem ouve a sua "musica"! http://www.anamalhoaoficialsite.com/


Agora poderão haver umas mutantes que depois de lerem isto vão desenvolver o poder de falar mal dos homens e de serem amargas como o vinagre...estamos preparados..tal como no filme:Que venha a batalha final!

Tuesday, July 11, 2006

…sobre a instituição do casamento e as novas equivalências


A hipocrisia em torno da questão deixa-me doente, e não é só o choque de gerações, mas a forma como as novas gerações mais uma vez se deixam amainar pela substituição de um termo pelo outro mantendo o conceito…

Falo da substituição da instituição que é o casamento por essa "nova" forma de baptizar a mesma coisa… "Juntaram-se"… "É! agora os jovens juntam-se, já viste isto!"

Hoje que a fidedignidade do casamento morre com a entidade do divorcio, o termo que se segue é o "juntar" e qualquer dia um par de jarras coscuvilheiras hão de comentar… "Aqueles!? Disjuntaram-se! – É verdade, os jovens de hoje, já não aguentam um juntamento como antes!!!"

É nesta altura que se terá que criar outro nome para "a coisa", talvez uma palavra sonante como "acumularam-se" e esta palavra durará até que alguém diga espantado que um casal se "desacumulou" … mas ninguém vê que estamos a falar de sinónimos? E não há-de parar até que as pessoas comecem a assumir as relações temporárias de onde nascerão filhos das novas famílias… tudo muda, até mesmo as relações entre as pessoas.

E mais apavorado fico quando me apercebo que começa a haver uma crescente expectativa em torno deste novo estatuto… "os juntados"!

As pessoas deixaram de se casar porque o compromisso religioso as assusta, ou porque simplesmente já não o respeitam. O casamento servia para uma época em que a tacanhez das pessoas se contentava com o mesmo rosto durante toda uma vida, não por escolha própria, a meu ver, mas sim porque os lugares eram pequenos e os meios curtos.

As pessoas passavam uma vida sem ver mais de um punhado de rostos, uma época em que iam uma vez por semana à igreja e o fervor das crenças era parte do quotidiano… Hoje os media e os grandes aglomerados bombardeiam-nos com milhares de rostos e corpos, como nos contentar com um só para toda a vida?
O fervor religioso é como o Lince da Malcata, um fantasma na sua própria reserva, e esses novos cristãos vivem bêbedos com o seu próprio cinismo. Numa vida de falsa crença, vão em média duas vezes à igreja, uma quando são novos demais para escolher, berram e levam com uns salpicos na testa, e outra quando já na posse de um espírito critico completamente desenvolvido, resolvem ir lá deixar uma mentira descarada. Das duas vezes ficam comprometidos para toda a vida, da primeira com o próprio nome, e da segunda com o nome de outro alguém.

Sobre o casamento religioso gostaria ainda de acentuar que não existem católicos não praticantes e na posse deste pensamento, toda a cena do casal de jovens, no altar em frente a um padre que não conhecem, a fazer juramentos à luz de valores que não entendem é uma enorme fantochada.

Juntem-se, acumulem-se, amochem, façam filhos e quando tiverem de se separar fassam-no em paz, mantenham-se puros e sejam coerentes, não fassam promessas que não possam cumprir.

Talvez daqui a uns anos venha a existir um equivalente do Tratado de Bolonha para o casamento, e aqui fica a ideia… imaginem, namorar com uma italiana, casarem-se na Irlanda com uma ruiva, terem por lá um filho, levarem-no para o Japão, criam-no com uma autóctone, e depois com todos estes créditos acumulados virem cobrar em Portugal, já com mais de 40 anos, para uma relação com uma mulher mais nova, o doutoramento, findando uma brilhante carreira, jubilados.

Reparem ainda que escrevi um artigo sobre a instituição do casamento sem falar de amor… e asseguro-vos que não foi por esquecimento, permitam-me então despedir com um sorriso.

Saturday, July 08, 2006

Ela sem ele é alguém...

Ele era um borrego sem escrúpulos, era casado, e ela era a “outra”.
Promessas de deixar a mulher....? Ela já não tinha dedos suficientes, nas mãos e nos pés, para contar quantas promessas ele lhe fizera.

O casamento seria em Veneza, na ponte dos suspiros, e fariam uma incursão por Paris, caminhariam de mãos dadas nos Campos Elíseos.
Depois voltariam ao ninho, que estaria completamente preparado para vê-los adormecer e acordar até ao fim da vida. Iriam criar uma dúzia de filhos, metade de cada um dos sexos.

Durante o fim de semana solitário, ela sonhava com a semana, quando finalmente podia contar com a presença dele.
As promessas de amor eterno e de deixar a esposa choviam diariamente, por e-mail, fax e telefone, o tipo gostava mesmo de petiscar em tascas diferentes, não abriria mão da “outra” de maneira nenhuma, iludia-a até onde a sua imaginação permitia.

Os anos foram passando as promessas foram dobrando.


Um dia a “outra” telefonou-lhe, e disse:
“Acho que chegou o dia de assumir-mos o nosso amor perante o Mundo...!"
“Como?”
“Sim, querido... tenho dentro do meu ventre o fruto do nosso amor!”
“Devo dizer-te, minha querida, que deverás colher o fruto mesmo antes deste amadurecer, se é que ainda queres casar em Veneza, comer pasta... enfim, se ainda quiseres executar todos os planos que traçámos meticulosamente. Desculpa, mas agora não é mesmo o momento...”.
“Não, não posso abdicar do fruto do nosso amor, abdico de ti, mas nunca da criança que transporto no meu ventre”.

O borrego tinha dinheiro, no dia seguinte ao telefonema bateu à porta de casa da “outra” com o ar alucinado de quem se encontra em pânico.
Não deixou a “outra” abrir a boca, passou-lhe um cheque de 100.000 euros para a mão e disse-lhe para sair rapidamente da cidade, enquanto o rebento se encontrasse oculto dentro do útero. Virou costas e desapareceu.

Ela sorriu, e olhou para a sua barriga lisa e vazia de frutos ou qualquer tipo de rebento. Ligou o computador, e reservou dois bilhetes para a Veneza, ligou para um alguém do sexo masculino que possuía mais que dois neurônios, e menos que duas mulheres, e pediu-lhe para estar às 23h no aeroporto.

Monday, July 03, 2006

A Aposta

Por incrível que pareça tenho duas boas amigas…e nunca fui para a cama com nenhuma delas…

As nossas namoradas por vezes (sempre) não entendem que tenhamos grandes amigas mulheres fêmeas do sexo oposto com quem conversamos abertamente sobre tudo…inclusive sobre a possibilidade de irem para a cama connosco ao mesmo tempo e vestidas de madeirense…como daquela vez na casa de uma delas no Cartaxo enquanto jogávamos Strip Poker…

Não percebo a origem de tanto ciúme e desconfiança nas amigas fêmeas do sexo oposto…

Ontem, eu e as minhas amigas, estivemos a beber café no Martinho da Arcada, e na mesma mesa onde o imortal Pessoa tantas vezes se sentou para debater a questão do Republicanismo, onde se sentava como Pessoa e se levantava como Ricardo Reis (quem pagava o café é que era a grande questão), nessa mesma mesa desse histórico lugar fiz uma aposta com elas:

Quem consegue estar mais tempo sem contar uma pêta aos namorados?

Apostámos 25 euros cada um…uma delas (chamemos-lhe “Margarida”) perdeu-os logo à saída do café…ao telefone com o namorado (chamemos-lhe “Andrézinho”) esqueceu-se de lhe contar que de noite não ia a um jantar de firma mas sim ter com um colega de trabalho para uma “reunião de Kick Off”

A outra, a “Célia Sónia”, há instantes mandou-me uma SMS que dizia:
“Porra Jaime…porque raio é que esta noite me tinha que perguntar se eu gostava dele pelo sua personalidade ou pela herança de família? Devo-te 25 Euros”

Com 50 Euros no bolso? O Jaimito hoje vai jantar fora…

Sunday, July 02, 2006

Paganismo na Urbanidade

Sobre o assunto que hoje trago sinto ter alguma responsabilidade acrescida, em parte pelos meus ascendentes místicos oriundos do sul.

Os rituais, superstições e crenças não ficaram às portas da cidade quando os bruxos e místicos abandonaram o meio rural, não! O misticismo entrou na urbanidade e evoluiu, tomou novas formas e aprendeu a manifestar-se nesta outra realidade, fazendo uso do novo vocabulário de objectos, agentes e situações.

Há que aprender a conhecer os sinais e cultivar os antigos costumes no nosso quotidiano, se o fizermos os sinais de melhoria nos nossos dias não tardarão a manifestar-se.

Todos os dias da semana eu uso os transportes públicos, o Comboio da CP e o Metro de Lisboa, e com o tempo consegui aperceber-me das manifestações do místico nesses ambientes intensamente carregados de rostos e corpos, almas!
Hoje considero já ter um certo à-vontade a interpretar esses sinais.
Entre muitos poderes que aprendi a dominar há um que me dá muito jeito, o de conseguir perceber se o dia me vai correr bem ou mal, e como faço isto? É fácil! Quando entro para a carruagem escolho um nível de desafio, se me sentir confiante escolho uma porta onde só existam velhas e gajos, se me sentir carente de energia (mana) procuro uma porta com gajas boas. Já no interior da carruagem o nível de desafio pode ainda ser mais apurado, escolhendo um lugar ou outro segundo os mesmos critérios. Depois é esperar o feedback do dia… e é aqui que entra a magia! Nas próximas paragens vão entrar muitos rostos e corpos, almas, e manténs a porta por onde entraste vigiada, se por ela entrarem gajas boas, então o dia sorri-te meu amigo, e se elas se vierem sentar perto de ti, e se ficares com campo visual aberto que permita contemplação mutua, então o teu dia está cada vez melhor… Mas nos dias em que só entram velhas… raios, tenho dias em que entram só gajos, feios e porcos, nesses dias eu devia chegar a Entrecampos e apanhar de novo o comboio para Sintra, mas isso seria virar costas ao destino, e o azar, porque é disso que aqui falamos, só se enfrenta de caras.

Aqui fica esta pequena lição de paganismo, espero sinceramente que vos ajude na solidão do meio e não desesperem, quando virem entrar uma velhinha pela porta do comboio, sorriam ao vosso azar e não lhe virem costas, brindem sempre aos dias em que pela mesma porta entra uma jovem a meio da segunda dezena de primaveras, ainda com aquele brilho lipídico na pele, com formas virgens como a primeira pêra do pomar… é nesses dias que cada passo na cidade vale por si!