Alice no País das Porcarias - Parte 2
"Não, vim atrás dos olhos cor de cereja do coelho!”
“Não fiques triste, menina! Ele é um verdadeiro idiota, e como ele, há muiiiiitos no País das Porcarias, é bom que ganhes imunidade, para não desperdiçares as tuas lágrimas.”
A lagarta desceu numa nuvem de fumo até ao chão, onde se encontrava a Alice.
“Amora Morena, fuma um pouco, vais ficar mais calma, vais ficar mais receptiva para o que te vou dizer a seguir.”
Alice não ripostou segurou no cachimbo e fumou um pouco de ópio.
“Vou encaminhar-te para uma pessoa simpática, com bons modos, ele vive na montanha da solidão, é um menino doce. Acho que ele te pode ajudar a encontrar o caminho para casa.”
“E como vou encontrá-lo no meio da montanha?”
“Não te preocupes Amora Morena, segue por este caminho, assim que partires vou lançar sinais de fumo, e ele ficará à tua espera! Agora vai Amora, não percas tempo, boa viagem!”
E lá foi a Alice, acenou à lagarta roxa e seguiu com destino à montanha, andou cerca de duas horas e não viu ninguém, apenas alguns esquilos que desciam de uma árvore atravessavam a estrada e subiam outra árvore.
A menina avistou uma casa, uma casa pequena, cá fora andava de um lado para outro, sem parar, um homem pequeno, quase tão pequeno como a própria Alice, ele caminhava e fumava, caminhava e fumava, parecia nervoso!
O homem nervoso avistou-a e começou a acenar:
“Hey, hey! Minina, minina...eu soi amico de lagarta rocia!! Como stas, belíssima ragazza???!
“Olá!”, disse Alice timidamente.
“Meu nome é Cogumeleiro Louco, io apanho cogumelos nas montanhas e vendô lá en baitxo na cidad. Debes de star cansata, senta minina, relaixa um pouquito, vou preparar uma bela pasta com fungi para você!”
E começaram a conversar a trocar experiências, Alice ajudou-o a preparar o jantar. Jantaram ao lado da lareira. A noite estava fria, mas lá dentro o ambiente estava quente, muito quente, ao rubro.
O Cogumeleiro era muito semelhante à Alice, tinha uma fome insaciável pela vida, gostava de chuva, dos bichos, acreditava em fadas e duendes, gostava e conhecia todas as espécies de plantas e fungos, era um bruxinho feiticeiro com uma costela de duende e outra de botânico.
Alice apaixonou-se, por largos meses permaneceu ao lado daquele pequeno ser tão mágico portador de um estranho sotaque. Era belo, era poético, tinha destreza a desenhar, e era doce, profundamente doce. Mas o que Alice mais gostava, era a capacidade que o Cogumeleiro tinha de amar todos os pequenos pormenores que Alice detestava em si, um sinal na barriga, uma covinha aqui, outra coisita acolá. Para o Cogumeleiro aqueles detalhes tornavam a Alice única e mágica no seu conjunto.
Amaram-se profundamente.
Num belo dia chuvoso, Alice ouviu um ronronar na rua. Era uma gata cor de rosa, com ar petulante, assim que a menina abriu a porta a gata passou por Alice sem sequer pestanejar, dirigiu-se ao pequeno duende e ronronou...só ele entendia o que aquela bruxa com formas de felino dizia. Alice olhou-a por cima, e desejou com toda a força que a gata desaparecesse por magia para sempre.
A gata saiu.
Alice tentou saber quem era a gata, de onde vinha, se vinha com frequência. Sentiu-se insegura.
A partir desse dia a gata fazia questão de marcar presença/território diariamente na casa da Alice e do seu menino de sotaque italiano, o Cogumeleiro deixava tudo o que estava a fazer para atender os pedidos da gata, deixava a doce Alice a falar sozinha e ia socorrer a gata mentirosa, de males por ela inventados.
Alice usava um verniz de paciência a revestir as suas unhas, certo dia o verniz estalou. Alice explodiu, tranformou-se em pantera, não em pantera rosa, mas em pantera negra, e colocou a sua pata imensa sobre a rafeira gata cor de rosa.
Saiu de casa do Cogumeleiro, com os olhos rasos de lágrima e o coração a derramar saudade, atravessou as montanhas em prantos, e lembrou-se que queria muito voltar para casa. **
**Continua.
“Não fiques triste, menina! Ele é um verdadeiro idiota, e como ele, há muiiiiitos no País das Porcarias, é bom que ganhes imunidade, para não desperdiçares as tuas lágrimas.”
A lagarta desceu numa nuvem de fumo até ao chão, onde se encontrava a Alice.
“Amora Morena, fuma um pouco, vais ficar mais calma, vais ficar mais receptiva para o que te vou dizer a seguir.”
Alice não ripostou segurou no cachimbo e fumou um pouco de ópio.
“Vou encaminhar-te para uma pessoa simpática, com bons modos, ele vive na montanha da solidão, é um menino doce. Acho que ele te pode ajudar a encontrar o caminho para casa.”
“E como vou encontrá-lo no meio da montanha?”
“Não te preocupes Amora Morena, segue por este caminho, assim que partires vou lançar sinais de fumo, e ele ficará à tua espera! Agora vai Amora, não percas tempo, boa viagem!”
E lá foi a Alice, acenou à lagarta roxa e seguiu com destino à montanha, andou cerca de duas horas e não viu ninguém, apenas alguns esquilos que desciam de uma árvore atravessavam a estrada e subiam outra árvore.
A menina avistou uma casa, uma casa pequena, cá fora andava de um lado para outro, sem parar, um homem pequeno, quase tão pequeno como a própria Alice, ele caminhava e fumava, caminhava e fumava, parecia nervoso!
O homem nervoso avistou-a e começou a acenar:
“Hey, hey! Minina, minina...eu soi amico de lagarta rocia!! Como stas, belíssima ragazza???!
“Olá!”, disse Alice timidamente.
“Meu nome é Cogumeleiro Louco, io apanho cogumelos nas montanhas e vendô lá en baitxo na cidad. Debes de star cansata, senta minina, relaixa um pouquito, vou preparar uma bela pasta com fungi para você!”
E começaram a conversar a trocar experiências, Alice ajudou-o a preparar o jantar. Jantaram ao lado da lareira. A noite estava fria, mas lá dentro o ambiente estava quente, muito quente, ao rubro.
O Cogumeleiro era muito semelhante à Alice, tinha uma fome insaciável pela vida, gostava de chuva, dos bichos, acreditava em fadas e duendes, gostava e conhecia todas as espécies de plantas e fungos, era um bruxinho feiticeiro com uma costela de duende e outra de botânico.
Alice apaixonou-se, por largos meses permaneceu ao lado daquele pequeno ser tão mágico portador de um estranho sotaque. Era belo, era poético, tinha destreza a desenhar, e era doce, profundamente doce. Mas o que Alice mais gostava, era a capacidade que o Cogumeleiro tinha de amar todos os pequenos pormenores que Alice detestava em si, um sinal na barriga, uma covinha aqui, outra coisita acolá. Para o Cogumeleiro aqueles detalhes tornavam a Alice única e mágica no seu conjunto.
Amaram-se profundamente.
Num belo dia chuvoso, Alice ouviu um ronronar na rua. Era uma gata cor de rosa, com ar petulante, assim que a menina abriu a porta a gata passou por Alice sem sequer pestanejar, dirigiu-se ao pequeno duende e ronronou...só ele entendia o que aquela bruxa com formas de felino dizia. Alice olhou-a por cima, e desejou com toda a força que a gata desaparecesse por magia para sempre.
A gata saiu.
Alice tentou saber quem era a gata, de onde vinha, se vinha com frequência. Sentiu-se insegura.
A partir desse dia a gata fazia questão de marcar presença/território diariamente na casa da Alice e do seu menino de sotaque italiano, o Cogumeleiro deixava tudo o que estava a fazer para atender os pedidos da gata, deixava a doce Alice a falar sozinha e ia socorrer a gata mentirosa, de males por ela inventados.
Alice usava um verniz de paciência a revestir as suas unhas, certo dia o verniz estalou. Alice explodiu, tranformou-se em pantera, não em pantera rosa, mas em pantera negra, e colocou a sua pata imensa sobre a rafeira gata cor de rosa.
Saiu de casa do Cogumeleiro, com os olhos rasos de lágrima e o coração a derramar saudade, atravessou as montanhas em prantos, e lembrou-se que queria muito voltar para casa. **
**Continua.
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