Saturday, March 24, 2007

Vais voltar...?? Se eu deixar...!!

Conheci um mendigo, há um tempo atrás. Quando o vi fui fulminada por um raio que me contaminou com um amor tão forte como puro, acho que era o raio do primeiro amor! Raio do moço…raio do raio…
Recolhi o menino, abriguei-o na minha casa, deitei-o na minha cama, meti-o na minha banheira, alimentei-o.
Durante dois meses vivemos dentro de uma taça de mousse de chocolate, vivemos dentro de um tiramissú: um amor cremoso, temperado por pózinhos de cacau e com aroma a café.
Vivemos aquele tipo de amor que todos sonham experimentar, aquele bem ao estilo do José Cid “…na cabana, junto à praia…”, foi literalmente assim, dedicamo-nos durante dois meses apenas um ao outro, durante esse período temperávamos a nossa vida lambendo o sal da pele um do outro.
Um dia o mendigo disse-me que tinha de partir, compreendi, porque também eu haveria de partir.
Vivemos o nosso amor à distancia, nem vos digo como este namoro à distancia me saiu caro…a PT é insensível com os corações que transbordam amor…e não era um amor qualquer, ainda por cima era um amor internacional. Mas pronto, perdi o amor ao dinheiro. De tal forma que pensei: “Gastar dinheiro, por gastar…mais vale entrar num avião e viver o meu amor tórrido, desta vez tendo como pano de fundo as montanhas pré-alpinas e a belíssima cidade de Veneza.

Lá fui eu, expectante de rever o meu amor. Quando cheguei fui atropelada por um super abraço e por um beijo bem ao estilo dos filmes a preto e branco dos anos 60. Pensei eu: “A chama continua viva!”… mas agora não estava SÓ com meu mendigo ardente, o mendigo partilhava-me com um grupo interminável de amigos, deixava-me de lado, em segundo plano. Os beijos tornaram-se insonsos, os abraços pouco apertados e a minha pele pouco apelativa ao contacto da mão dele.
Fui adoecendo, voltei para o meu ninho com uma pequena cárie no coração…liguei ainda umas vezes, mas a voz dele parecia morna…só morna…
Um dia, bem ao jeito de mulher, bem ao meu jeito de menina mulher, despi-me de tudo e disse-lhe que abdicava de tudo por ele, de tudo…de país, de profissão, da família de tudo.
E…a resposta do homem menino, com cara de pepino, não foi aquela que eu esperava…!
“Ah, ma…menina! Você é marafiosa, bella, intèlichente, meiga…! Mas agora é impossibili ficar com você meu sapo! ( como é que eu amei alguém que me chamava sapo?? O amor é cego!) A distancia é dura, acho que não estou mas apatchonado por você, querida!”

Zás Trás Catrapum!!!!!!!! O Céu caiu, o chão fugiu e eu desesperei por quase um ano.
Não foi fácil, mas o tempo é melhor cicatrizante que o Betadine.
Dois anos depois, ao estilo de um seriado americano, eis que estreia a segunda série de episódios!
O mendigo voltou à carga, a morrer de saudades, a ligar para que a grande Musa (que por acaso sou eu…!) lhe dê sorte antes de apresentar o trabalho de fim de curso.
Ele agora gasta exorbitâncias em telefone, é bom que saiba que as companhias telefónicas não têm piedade pelos apaixonados.
E agora é ele que quer perder o amor ao dinheiro, quer vir ao meu encontro, porque dois anos depois acordou para a vida…e se calhar….humm….se calhar….agora….mas só agora…voltou a estar apaixonado!!!
E agora, agora é ele que está disposto a mudar de país, de família, de profissão.
E claro a sapo, que é como quem diz a grande musa, que é como que diz, Eu…deveria estar à espera de braços abertos!

Peixe, peixinho…a vida é ventosa e o vento levou-me para longe ti, ficou o carinho! O amor…esse o vento levou e nunca mais voltou…

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