Wednesday, September 06, 2006

Sobre a T.V. Parte 3 - A derradeira da série

Nos meus dois últimos posts aqui afixados tenho vindo a tentar discutir, com 2 exemplos do que vi na T.V., o que significa afinal "a companheira perfeita". Por um lado temos a visão do Psicanalista Frasier Crane que acredita que para encontrar a companheira perfeita temos que procurar uma mulher que corresponda inteiramente, tanto fisicamente como psicologicamente, a uma série de particularidades de aqui e de além como uma manta de retalhos. Feito o projecto em casa, com detalhes desenhado ao milimetro, é ir lá para fora à procura.

Agora, com este post, procurarei dar-vos uma outra maneira de ver o que significa afinal a companheira perfeita. Para esta abordagem vou pedir emprestado ao Gus Van Sant, ao Robin Williams e ao Matt Damon um excerto daquale que é um dos filmes mais extraordinários que tive oportunidade de ver na minha vida- Good Will Hunting ou O Bom Rebelde (filme que faço questão de o ver esta noite findada a afixação deste post).

Nesta cena, o psicólogo Sean(Williams) procura "aproximar-se" de Will (Damon) contando-lhe alguns episódios que viveu com a sua mulher no tempo em que estiveram juntos até ao dia em que ela faleceu vitima de cancro e com isto por Will à vontade para falar da sua recente relação com Skylar(Driver). O resultado que se segue não é mais do que uma improvisão por parte de Williams uma vez que a cena nem estava escrita no guião oficial(que já li) e comprova-se isso também pela gargalhada mais que genuína dos dois actores em cena e pelo ligeiro abanar de câmara do cameraman.

Sean: "My wife used to fart when she was nervous. She had all sorts of wonderful little idiosyncrasies. She used to fart in her sleep. I thought I’d share that with you. One night it was so loud it woke the dog up. She woke up and went ‘ah was that you?’ And I didn’t have the heart to tell her. Oh!"

Will: "She woke herself up?"

Sean: "Ah…! But Will, she’s been dead for 2 years, and that’s the shit I remember: wonderful stuff you know? Little things like that. Those are the things I miss the most. The little idiosyncrasies that only I know about: that’s what made her my wife. Oh she had the goods on me too, she knew all my little peccadilloes. People call these things imperfections, but there not. Ah, that’s the good stuff."

O que se pretende com este texto é dar uma visão diferente do que deve ser a companheira perfeita que tanto os homens procuram ou o príncepe encantado, como as minhas co-autoras deste blog gostam de denominar os ainda "não borregos. O que afinal a perfeição? É os olhos azuis da Daniela Cicarelli ou a capacidade de soltar um valente arroto num momento descontraído? São os lábios da Angelina Jolie ou os "pums" a meio da noite capazes de acordar o cão do vizinho?São as pernas da Helen Svedin ou a voz de falsete quando se começa a irritar com a empregada do café que está a demorar a trazer a conta?

Este é porventura o post menos cómico que já aqui escrevi(ou não...tenho um dom, ou um impedimento genético que me impossibilitam de ter piada) mas que gostava de receber algum feedback da vossa parte...desde que esse feedback não seja passar gases...

2 Comments:

Blogger Ana de Amsterdam said...

Tão bonito...

não sei se a parte 3 é a última, se é, devo dizer que fechastes com chave de ouro!

Pois é menino, são as pequenas coisas que fazem os grandes borregos, são as pequenas imperfeições que me levam para um buraco sem fundo, é por elas que me apaixono, é por elas que choro, é por elas que me levanto com esperança de cair outra vez.

No fundo...no fundo, ambicionamos todos o mesmo...amar um monte de perfeitas imperfeições..

2:50 PM  
Blogger Fauno said...

...na minha visão mais romantica do par ideal, acredito que ele tanto é mais ideal quanto mais te esforçares para o aceitar tal como ele é...

lembras-te daquele momento zen que te tinha contado?

...quando vem a enchorrada e leva tudo o que mora no leito do rio... os juncos persistem, porque são flexiveis e dobram... a verdadeira força está ai, nesse ponto, na capacidade de flectir... porque os grandes chaparros são partidos ou arrancados pela raiz... inflexiveis, a sua força torna-se a sua fraquesa...

o choque do real com as expectativas criadas é como essa enchorrada, e quase sempre persistem os sonhos que são como os lencois verdes de juncos... extensos e densos, bem acomodados ao leito... mas quando se idealisa um frondoso quercus, que se descola muito acima da superficie... então poderá não sobreviver...

já falei demais...e ao principio queria nem sequer comentar ...porque acho realmente brilhante o blog...

somos uns lamechas meu caro!

3:14 PM  

Post a Comment

<< Home