… Afinal estava enganado, o que elas querem é afoiteza!
Revivi a fábula da Bela e o Monstro e percebi que a força dos tempos desactualizou de forma estrondosa a primeira versão deste clássico…
Um Monstro e uma Bela com nome de flor, que de tão bela que era, a seus pés lhe murchavam de inveja as outras flores. Numa terra distante e erma, onde os poucos habitantes viviam aceleradas relações, catalisadas pelo isolamento do lugar… as almas eram como as árvores no Alentejo, cada uma valia por uma história pejada de interesse…
…eis que certa noite o Monstro, cansado, suado após um dia árduo de trabalho se recolhe solitário para viver das memorias, e é encontrado no seu retiro por essa flor, cheia de ganas por um bocado bem passado… em redor destas duas personagens, os outros habitantes viviam uma actividade que ditava que cada um teria que fazer carícias e massagens ao próxi
mo… a flor escolheu a besta, porque o contrario nunca teria lugar. A besta no estado em que estava não teria a coragem de se impor a alguém… A Bela tocou o Monstro com gestos e em formas que o fizeram corar, de maneiras que ele nunca tocaria alguém que praticamente não conhecia… e quando chegou a vez do Monstro, ele tentou ser gentil… ignorando que a Bela teria mais uma oportunidade de o tocar, e quando assim aconteceu a feia criatura corou novamente à medida que era desnudado pelo tacto da fada… que violento consegue ser o toque da beleza sobre uma superfície rugosa e tosca!?
Nos dias que seguiram o contacto, a troca de sorrisos e olhares era reveladora do intencional prolongamento de um clima tenso entre os dois. O Monstro vivia absorto com factos que o impediam de tomar iniciativa… havia a memoria de outra fada, havia uma diferença de idades, que neste caso se poderia converter numa diferença de intenções e dar azo a mal entendidos, e para agravar ele sabia que ia estar pouco mais tempo por ali… a Bela consciente dos mesmos factos provocava, e violava com uma erótica lamina o casulo do Monstro…
A nobre besta resistiu aos descarados avanços da Bela criatura, e por isso terá sido difamado por aquelas terras, por entre todas as cúmplices flores…
E quando regressou fiel para junto da outra fada foi surpreendido pela sua falta de disponibilidade…
Esta nova versão não acaba bem, uma vez que a ressabiada da Bela flor teve que se masturbar sozinha perante a passividade do Monstro, e o Monstro ficou de mãos literalmente a abanar, porque não conseguiu apanhar nenhuma das Belas…
Assim sendo as morais também mudam;
… Os Monstros que se ponham a pau com elas, e sempre que elas pedirem, pau nelas…
… ser fiel/nobre nos dias que correm não é viável
… faz sexo sempre que puderes
… lê sempre as letras miúdas e nunca esperes mais do que o que está escrito no contracto
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