Friday, June 16, 2006

Sem dó nem piedade..!

“Vamos jantar?”
Achei por bem dizer que sim, a amizade deve perdurar, a amizade é o mais nobre dos sentimentos.
“Vamos! A x horas no lugar y, parece-te bem?”
Lá estava o menino à minha espera, pontual, como sempre. Pedi-lhe para me contar as histórias da última viagem. E começámos...entrámos numa feira de vaidades sem volta, entrámos na feira das vaidades e da crueldade e lá permanecemos até ao fim da noite.

Tive revelações fantásticas nessa noite, sobre hábitos culturais polacos e checos. Em Varsóvia, parece que as gajas atacam os gajos. Nem água vai, nem água vem, chegam-se perto dos moços (têm preferência por morenos, segundo esta fonte que me parece pouco fidedigna) e pimba, beija uma, beijam duas...enfim, parece que elas se servem dos pobres coitados, e eles nem têm direito a ripostar, parece que numa noite de varsóvia um homem pode ser molestado por cerca de seis ou sete mulheres. Isto é com aqueles que dizem que têm casos pendentes nos seu países de origem, porque os que são completamente descomprometidos, podem mesmo ser violados.

Parece que em Praga a história é idêntica...elas aproximam-se quando eles estão a entrar nos restaurantes, sabem que o bicho homem é uma presa fácil, fixam-se a eles da mesma forma que uma iguana das Galápagos se fixa a uma rocha quando come as suas alguitas, e depois quando têm oportunidade, “TOMA LÁ MORANGOS!!”, do estilo: “Já que não aprendeste checo, aprende lá qualquer coisa com as checas.”

Devem imaginar o quanto fiquei sensibilizada com as histórias de viagem desta minha ex relação kármica. Principalmente porque ainda estávamos a repensar a nossa relação, e o pobre menino, foi vítima destas “gaijas”, e eu nem estava por perto para lhe dar um colinho carinhoso.

Contei-lhe que durante a viagem dele pela Europa, fui convidada por um amigo meu para um jantarinho e para assistir um dvd do Grande Pedro Almodóvar, o moço estava preocupado com as minhas saudades e resolveu ser um bom ouvinte, um bom amigo. Disse-lhe que tinha sido um bom serão, que a comida preparada por esse grande amigo era da melhor qualidade, assim como a sobremesa.

E a ex relação kármica ruborizou, ficou uns minutos sem pio, olhou-me nos olhos.

E continuámos a pisar nas feridas um do outro. Sem dó nem piedade...!

1 Comments:

Blogger Fauno said...

...não me lembro de ter assistido a assedio nem na Republica Checa nem na Polónia, a não ser das meninas que vivam dentro de aquários iluminados pelo interior por luzes vermelhas sugestivas e com monstros ao estilo de Cerebro a guardarem a entrada... mas para falar com essas era preciso cartão de crédito...

Acho que mais uma vez é uma questão de comer do balde certo...andaste nos doces ana... eu diria...faz uma dieta de frutinha que isso passa...

2:50 PM  

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