I`ve got you under my skin
É estranho, porque quando estou com ele o tempo pára, o Mundo pára, as pessoas mudam de planeta para não nos incomodarem, e ficam lá longe…numa outra galáxia a observar-nos. Porque o que acontece é raro, sucede uma ou duas vezes por ano, é um fenómeno tão belo quanto a aurora boreal, ocorre por pouco tempo, poucos dias, poucas horas, não sei precisar, porque nesses momentos nem ouso usar relógio.
Passeamos por ruas desertas, nadamos em praias virgens, ouvimos palavras da boca um do outro e absorvemo-las como se fosse a ultima vez que as fossemos ouvir, assim como os beijos e os abraços. Cada abraço tem o sabor forte do último abraço.
E o céu nesses dias do ano torna-se mais azul, o sol tem um calor mais saboroso, o vento sopra levemente, nestes dias aparecem ursos polares nas praias de Faro e ao nascer do sol as praias ficam repletas de flores coloridas pelo areal. Quando o sol já se encontra alto, as flores desaparecem e voltam na madrugada seguinte.
O vinho nestes dias tem um sabor mais inebriante, contagia de alegria todas as células do corpo.
E depois, de um dia para outro, como por magia tudo desaparece… o coração não se apercebe, aliás é o órgão mais estúpido que temos no corpo e continua a sintetizar amor, como nesses dias mágicos…só que agora já não há forma de dissipar esse amor, portanto…acumulo-o para a próxima vez, para daqui a um mês, um ano, três anos…
E depois destes dias, deixo de ser uma criatura mágica, volto à rotina e na verdade, nem sei bem o que aconteceu nos dias mágicos e esplendorosos, não sei onde termina a realidade e começa a imaginação, porque como disse, o vinho tem outro sabor e outras propriedades e não há viva alma que possa testemunhar o que aconteceu.
Deixo de ser fada e ele passa a ser o meu fado.
E enquanto espero, penso na casa do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, lembram-se como era bela? De madeira, no meio da floresta, com um lago por perto, cheia de fadas e sacis e com a bruxa crocodilo “Cuca” e imagino uma Alice morena a brincar na relva dessa casa, a brincar com cães, gatos, rãs…e a perguntar-me de cinco em cinco minutos: “Sabes que bicho é este?”.
E imagino-me deitada numa rede, mais uma vez à espera que o momento mágico volte a acontecer e enquanto ele não sucede, conto histórias dos momentos belos e já vivenciados à Alice, para que de facto ela possa viver no país das maravilhas e para que ela aprenda o que é belo, valioso e importante. Para que saiba o que é o amor.
É estranho, porque quando estou com ele o tempo pára, o Mundo pára, as pessoas mudam de planeta para não nos incomodarem, e ficam lá longe…numa outra galáxia a observar-nos. Porque o que acontece é raro, sucede uma ou duas vezes por ano, é um fenómeno tão belo quanto a aurora boreal, ocorre por pouco tempo, poucos dias, poucas horas, não sei precisar, porque nesses momentos nem ouso usar relógio.
Passeamos por ruas desertas, nadamos em praias virgens, ouvimos palavras da boca um do outro e absorvemo-las como se fosse a ultima vez que as fossemos ouvir, assim como os beijos e os abraços. Cada abraço tem o sabor forte do último abraço.
E o céu nesses dias do ano torna-se mais azul, o sol tem um calor mais saboroso, o vento sopra levemente, nestes dias aparecem ursos polares nas praias de Faro e ao nascer do sol as praias ficam repletas de flores coloridas pelo areal. Quando o sol já se encontra alto, as flores desaparecem e voltam na madrugada seguinte.
O vinho nestes dias tem um sabor mais inebriante, contagia de alegria todas as células do corpo.
E depois, de um dia para outro, como por magia tudo desaparece… o coração não se apercebe, aliás é o órgão mais estúpido que temos no corpo e continua a sintetizar amor, como nesses dias mágicos…só que agora já não há forma de dissipar esse amor, portanto…acumulo-o para a próxima vez, para daqui a um mês, um ano, três anos…
E depois destes dias, deixo de ser uma criatura mágica, volto à rotina e na verdade, nem sei bem o que aconteceu nos dias mágicos e esplendorosos, não sei onde termina a realidade e começa a imaginação, porque como disse, o vinho tem outro sabor e outras propriedades e não há viva alma que possa testemunhar o que aconteceu.
Deixo de ser fada e ele passa a ser o meu fado.
E enquanto espero, penso na casa do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, lembram-se como era bela? De madeira, no meio da floresta, com um lago por perto, cheia de fadas e sacis e com a bruxa crocodilo “Cuca” e imagino uma Alice morena a brincar na relva dessa casa, a brincar com cães, gatos, rãs…e a perguntar-me de cinco em cinco minutos: “Sabes que bicho é este?”.
E imagino-me deitada numa rede, mais uma vez à espera que o momento mágico volte a acontecer e enquanto ele não sucede, conto histórias dos momentos belos e já vivenciados à Alice, para que de facto ela possa viver no país das maravilhas e para que ela aprenda o que é belo, valioso e importante. Para que saiba o que é o amor.
4 Comments:
Caros companheiros de blog, não sei o que se passou, mas não consegui escrever o título do post... acho que aquele campo não estava a funcionar.
Certa da vossa compreensão,
Ana de Amsterdam.
Cara Ana, como percebo o gosto especial desses dias, desses momentos...como percebo a tua vontade de não olhar para o relógio e esquecer que há um mundo lá fora, um mundo que vive para além daquele metro quadrado que existe à volta do beijo.
Agora não tenho outro mundo que não seja o que vive para além desse beijo. E não sou menos feliz por dois motivos. Porque aprendi que o beijo foi falso e porque o futuro é já ali...
E fazes muito bem em ser feliz...
Mas o raio da substância do amor entranha-se na pele e por muita chuva que eu apanhe, por muitos duches que tome, custa a sair...
Mas vai sair, eu então que permaneça para sempre!
Ou 8 ou 80.
Tens razão, o futuro é já ali…não percamos tempo com beijos falsos ou a esperar quem não vem.
Carpe Diem!
Masoquista...
Para toda a acção existe uma reacção...
Comparo a primeira parte do teu texto com uma fantástica noite de orgia alcoólica e a segunda parte a manha de ressaca e as dores de cabeça...
Ou seja, quando bebemos já sabemos da ressaca que se aproxima, mas no nosso subconsciente achamos que desta vez vamos supera-la... torna-se um circulo vicioso.
Beijos e Saudades
João
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