Friday, March 24, 2017

Há dias assim...


 
Há dias em que não nos sentimos inteiros, há meses, há anos.
Há alturas em que parece que somos apenas uma sombra do que fomos, do que achámos que fomos, do que queremos vir a ser. Falta-nos brilho, falta-nos comoção, falta sabe-se lá o quê, mas falta.
O cabelo não brilha da mesma maneira, sentimos a nossa sensualidade a divagar pela rua da amargura. Não há nada que nos caia bem, nem o vestido preto nem a saia cintada, nada além de uma valente tablete de chocolate que nos estraga a linha por uma eternidade…
Há dias, há meses, há anos assim.
Há alturas em que os sonhos nos acordam com uma sacudidela pela manhã, dando ânimo para sair da cama, da rotina, do tédio. Mas logo uma avassaladora bigorna, prima direta de um cansaço gigante e sufocante, nos cai na cabeça e perdemos as ganas de concretizar.
Há alturas em que o cansaço se prende a nós e nada conseguimos fazer, parecendo que estamos amarrados a rochas milenares,  que fazemos parte delas, que somos o seu núcleo rijo e que de lá jamais será possível escapar.
Há dias assim.
Há dias em que tudo o que apetece é, simplesmente, nada. Tudo o que apetece é um ter um pouco de sossego nas ideias, parar o cérebro, a atividade cerebral, desligá-lo. Pensar demais cansa, torna-se extenuante. Pensa-se em tudo e em todo o instante. No que importa e no que não vale nem a ponta de um chavo… alimentam-se tristezas, rancores, memorizam-se frases certas para responder a pessoas erradas, pensa-se: “Da próxima vez é que vão ver como é que elas lhe mordem, vou dizer-lhe…” e nunca chega essa a hora, nunca chega a coragem, porque os nossos pensamentos não estão sempre em consonância com a nossa personalidade.
Há dias, há meses, há anos assim. Em que tudo o que se deseja é viver com nada, com quase nada ou com quase tudo o que importa. Só sobra o desejo de viver do amor, do sol, do mar, do vento, do fogo. Tudo o que sobra é o desejo de partir, levando o coração cheio de amor, levando o amor pela mão, um em cada mão e, partir.  Partir sem mais nada, quanto menos temos mais felicidade angariamos, mais sonhos cumprimos.
Há dias assim.

Wednesday, March 08, 2017

Celebrating good souls day - every day





I explained my daughter why I didn’t wished her an amazing “International women’s day”, Why I think this day shouldn’t be celebrated. The fact that such day exists represents a threat and gives strength to the very forces we try to annihilate.

I tell my daughter every single day that I love her... and I want to believe that the majority of us are trying to create a better world by having the best attitude to one another, and hope that this is passed on contaminating every single human... its so difficult to keep believing... I know!

Why do we need such a day as the “International Woman’s day”, there’s nothing good behind it! Or Am I missing something?

Morgan Freeman once said that he doesn’t want “The Month of Black History”, and I get that... He also said if you want to fight racism stop talking about those things... we will still teach History, in schools (the history of all colours) but we don’t have to celebrate them...

Woman deserved to be celebrated every day as well as plants, dogs, cats, turtles and man...


PS - I though it's appropriated to comeback to this space of debate with such a post, it's a huge responsibility on the first one after almost 10 years of silence... Thanks Vanessa and Catarina for bringing us back!


Faun, the feminist