Sunday, July 22, 2007

The End!!

Finalmente o fim!!

Entregarei amanhã o meu último trabalho e, salvo alguma hecatombe, os objectivos foram cumpridos com sucesso.14 cadeiras depois, 10 meses depois, cerca de 16 ou 17 momentos de avaliação depois, um prefácio especial depois, eis que o final do ano, de um ciclo e de uma lição de vida chegam ao fim. Rolam os créditos finais e consigo contar alguns nomes como actores principais desse filme que foi a minha entrada na faculdade, o meu percurso e o final do curso e do mestrado. A todos eles o meu agradecimento mais profundo. Os bons e os maus momentos nunca serão esquecidos…afinal de contas todos eles levaram-me ao sítio onde estou hoje.Queria dedicar o canudo e a pós graduação a quem sempre quis dedicar especialmente... aos meus pais.Serão sempre o meu maior exemplo e o meu pai o meu grande herói.

Agora chegou a hora das “merecidas” férias. Durante o máximo de tempo, o máximo de distância (vejo o Algarve a acenar-me duas vezes e vejo San Sebastian e Londres a reclamarem a minha presença) e bem longe desta casa e deste computador que se tornou uma das figuras mais presentes dos últimos 4 meses da minha vida.

Tudo a partir de amanhã vai ser diferente e como sabe bem ter o poder de começar tudo de novo porque tudo é novo, tudo é desafio e tudo é futuro. Espero ter a sorte que tantas vezes me faltou durante a minha vida, espero ter a coragem que tantas vezes me faltou na vida, espero que continue a ser o que sempre fui na vida e o que tantas vezes não foram comigo. Honesto, Sincero, Compreensivo, Dedicado, Altruísta, Humilde e Companheiro. Espero que a vida e a sorte guardem um lugar especial para mim. Não precisarei de muito, só preciso de ter um trabalho que me deixe feliz, uma casa no Montijo (Obrigadinho Orlando) e pessoas a meu lado que não me mintam...tudo o resto não interessa.

Por isso meninos e meninas nas próximas semanas largas não contem com a participação do Jaime. Este computador vai ser a última coisa que quero ver nas próximas semanas largas. Quero sol, espaço, horizonte, praia, paz, serenidade e boa disposição.Prometo-vos quando voltar contar todas as histórias.

“Até Já” Maltinha!!
RJML

Tuesday, July 17, 2007

Flores de Estufa

Falo-vos com alguma frustração do tema… não é nada fácil criar uma flor de estufa e antes de falarmos das dificuldades afectas a esta extenuante missão, esclareço que o alto nível de dificuldade não é o suficiente para nos fazer desistir e optar por criar flores silvestres… não me interpretem mal, as flores silvestres são lindas, aquelas criaturas autóctones que nascem por todo lado na primavera, mas quando um de nós cai por uma flor de estufa, estará destinado a viver no gume de uma navalha, no ardil de um perfume exótico encontra o eterno desafio, de tanto sacrifício em prol de um efémero desabrochar…

Ingrata planta que nos testa a paciência, que nos faz ajoelhar a seu lado, e fazer um buraco no chão de tanto matutar… Quem já tentou sabe do que falo. È um estado de constante alerta, água a mais e apodrece, água a menos e definha de sede, muita humidade e adoece, humidade a menos e seca, muito calor e murcha mas se estiver frio acaba por morrer…
Há aqueles tipos que as criam para vender e têm sorte com elas, outros, como eu, que as criam com amor, não merecerão um pequeno esforço por parte da flor (de estufa)? Seria pedir muito que se adaptasse? Que desse um pequeno passo no ciclo da evolução?

O sucesso está em conhecer os sinais atempadamente… se começarem a aparecer zonas necróticas nas folhas temos de saber reagir, muda-la logo de lugar, alterar o tratamento, a temperatura, a humidade e a exposição ao sol… e se forem persistentes talvez consigam de quando em quando que desabroche para vocês.

Há flores que nascem em fendas nas paredes ou entre uma pobre amostra de solo numa calçada, e no entanto sorriem a todos os raios de sol… as Flores de Estufa tem montes de mimos e mesmo assim vivem nessa transigência, alheias ao luxo que as rodeia e ignorando o quão afortunadas são por não terem nascido numa pequena fenda. Talvez tenham aprendido com os Homens a serem egoístas, a desgraça dos outros é lhes indiferente… e a única coisa que lhes interessa é a satisfação de todas as suas necessidades, mesmo sabendo que por comparação com outras não tão afortunadas irmãs, poderão ter já em demasia…


A missão em si não tem nada a ver com justiça… podem esforçar-se e dar o vosso melhor…se a flor não gostar da estufa ou do vaso, não haverá magia
!

Sunday, July 15, 2007

Trópico de Câncer (T.P.)

Deixem-me falar-vos da Adriana…

A Adriana conheceu o Rui Pedro quando tinha 16 anos numas férias de verão em Santo André. Já o tinha visto dezenas de vezes porque desde pequenos sempre lá foram passar as férias. Nesse ano ganhou coragem, levantou-se do metro quadrado de areia em que sentou durante 2 horas, apagou os desenhos e palavras que tinha escrito na areia húmida e foi ter com ele. Durante 4 dias e 3 noites mergulharam nas palavras, nas histórias e nos sorrisos de cada um. Depois desse verão, o Rui Pedro nunca mais voltou a Santo André e as férias da Adriana nunca mais foram as mesmas. 4 dias…nunca mais se viram…

Oito anos depois Adriana reencontrou o destino. Acabou o curso de Psicomotricidade na Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa e decidiu que essas férias de Verão não iria para Santo André com a família e que ficaria em Lisboa a fazer voluntariado no IPO. Com 22 anos voltou e encontrar o Rui Pedro…

Dez anos depois têm um filho, o Simão, e Adriana está grávida de 3 meses. Ama o marido como sempre amou. Desde o primeiro encontro que soube que era ele quem ela mais queria.

Adriana tem um segredo…

Sunday, July 08, 2007

I`ve got you under my skin

É estranho, porque quando estou com ele o tempo pára, o Mundo pára, as pessoas mudam de planeta para não nos incomodarem, e ficam lá longe…numa outra galáxia a observar-nos. Porque o que acontece é raro, sucede uma ou duas vezes por ano, é um fenómeno tão belo quanto a aurora boreal, ocorre por pouco tempo, poucos dias, poucas horas, não sei precisar, porque nesses momentos nem ouso usar relógio.

Passeamos por ruas desertas, nadamos em praias virgens, ouvimos palavras da boca um do outro e absorvemo-las como se fosse a ultima vez que as fossemos ouvir, assim como os beijos e os abraços. Cada abraço tem o sabor forte do último abraço.

E o céu nesses dias do ano torna-se mais azul, o sol tem um calor mais saboroso, o vento sopra levemente, nestes dias aparecem ursos polares nas praias de Faro e ao nascer do sol as praias ficam repletas de flores coloridas pelo areal. Quando o sol já se encontra alto, as flores desaparecem e voltam na madrugada seguinte.

O vinho nestes dias tem um sabor mais inebriante, contagia de alegria todas as células do corpo.

E depois, de um dia para outro, como por magia tudo desaparece… o coração não se apercebe, aliás é o órgão mais estúpido que temos no corpo e continua a sintetizar amor, como nesses dias mágicos…só que agora já não há forma de dissipar esse amor, portanto…acumulo-o para a próxima vez, para daqui a um mês, um ano, três anos…

E depois destes dias, deixo de ser uma criatura mágica, volto à rotina e na verdade, nem sei bem o que aconteceu nos dias mágicos e esplendorosos, não sei onde termina a realidade e começa a imaginação, porque como disse, o vinho tem outro sabor e outras propriedades e não há viva alma que possa testemunhar o que aconteceu.

Deixo de ser fada e ele passa a ser o meu fado.

E enquanto espero, penso na casa do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, lembram-se como era bela? De madeira, no meio da floresta, com um lago por perto, cheia de fadas e sacis e com a bruxa crocodilo “Cuca” e imagino uma Alice morena a brincar na relva dessa casa, a brincar com cães, gatos, rãs…e a perguntar-me de cinco em cinco minutos: “Sabes que bicho é este?”.
E imagino-me deitada numa rede, mais uma vez à espera que o momento mágico volte a acontecer e enquanto ele não sucede, conto histórias dos momentos belos e já vivenciados à Alice, para que de facto ela possa viver no país das maravilhas e para que ela aprenda o que é belo, valioso e importante. Para que saiba o que é o amor.

Trópico de Cancer (T.P.)

Deixem-me falar-vos do Rui Pedro:

O Rui Pedro é casado com a Adriana e tem um filho, o Simão, com 7 anos de idade. Decidiu formar-se em oncologia porque quando era adolescente, testemunhou o nascimento do irmão e 9 anos mais tarde testemunhou a sua morte. Quem lhe levou o irmão foi a Leucemia...
Rui Pedro, na altura com 17 anos, prometeu a si mesmo que iria fazer os possíveis para impedir que mais famílias passassem o que ele passou...o pesadelo do bicho-mau...o pesadelo do cancro.

Hoje o Rui Pedro é Doutor e especializou-se em oncologia pediátrica, tem 38 anos, vive feliz em Lisboa com a família e trabalha no seviço de oncologia pediátrica do IPO de Lisboa. A Adriana é a mulher da vida dele, ama-a pela compreensão inesgotável, pelo companheirismo permanente, pelo sorriso juvenil, pelo leite-creme que faz todos os domingos, pelo roncar que o faz acordar tantas vezes durante a noite, pela dedo do meio do pé direito que é maior que o dedo grande, pela forma como se dedica ao filho, pela forma como se dedica ao trabalho, pela energia contagiante com que vive a vida e pelo 2º filho que carrega no ventre há quase 3 meses. Rui Pedro sempre quis dar um irmão ao Simão. Queria dar o previlégio que teve na juventude ao seu filho...

Rui Pedro tem um segredo...

(continua)

Friday, July 06, 2007

É oficial!

Meus caros, é com grande prazer e satisfação que dou os Parabéns ao meu amigo faunesco uma vez que a partir de hoje, a "Migalhinha" tem um papá arquitecto!!!

Parabéns Fauno!!